quarta-feira, 25 de abril de 2012

Beata Alexandrina de Balasar

"Nasceu em Balasar, Póvoa de Varzim, Arquidiocese de Braga, no dia 30 de Março de 1904, e foi baptizada no dia 2 de Abril, Sábado Santo. Foi educada cristãmente pela mãe, junto com a irmã Deolinda. Alexandrina viveu em casa até aos 7 anos. Depois foi para uma pensão dum marceneiro na Póvoa de Varzim a fim de frequentar a escola primária que não existia em Balasar. Fez a primeira comunhão na sua terra natal em 1911 e no ano seguinte recebeu o sacramento da Crisma pelo Bispo do Porto.


Passados 18 meses, voltou a Balasar e foi morar com a mãe e a irmã na localidade do “Calvário”, onde irá permanecer até à morte.


Robusta de constituição física, começou a trabalhar nos campos, equiparando-se aos homens e a ganhar o mesmo que eles. A sua infância foi muito viva: dotada de temperamento feliz e comunicativo, era muito querida pelas colegas. Aos 12 anos, porém, adoeceu: uma grave infecção (uma febre tifóide, talvez) colocou-a quase à morte. Superou a doença, mas a sua saúde ficou abalada para sempre.


Aos 14 anos aconteceu um facto que seria decisivo para a sua vida.


Era Sábado Santo de 1918. Nesse dia, ela, a irmã Deolinda e mais uma mocinha aprendiz, estavam a trabalhar de costura, quando perceberam que três homens tentavam a entrar na sala onde se encontravam. Embora estivessem fechadas, os três homens forçaram as portas e conseguiram entrar. Alexandrina, para salvar a sua pureza ameaçada, não hesitou em atirar-se pela janela, de uma altura de quatro metros. As consequências foram terríveis, embora não imediatas. De facto, as várias visitas médicas a que foi sucessivamente submetida diagnosticaram, cada vez com maior clareza, um facto irreversível.


Até aos 19 anos pôde ainda arrastar-se até a igreja, onde gostava de ficar recolhida, com grande admiração das pessoas. A paralisia foi avançando cada vez mais, até que as dores se tornaram insuportáveis; as articulações perderam qualquer movimento; e ela ficou completamente paralisada. Era o dia 14 de abril de 1925 quando Alexandrina ficou definitivamente de cama. Ali haveria de passar os restantes 30 anos de sua vida.


Até 1928 não deixou de pedir a Deus, por intercessão de Nossa Senhora, a graça da cura, prometendo que se sarasse partiria para as missões. Depois compreendeu que a sua vocação era o sofrimento. Abraçou-a prontamente. Dizia: “Nossa Senhora concedeu-me uma graça ainda maior. Depois da resignação deu-me a conformidade completa à vontade de Deus e, por fim, o desejo de sofrer”.


São desse período os primeiros fenómenos místicos: Alexandrina iniciou uma vida de grande união com Cristo nos Tabernáculos, por meio de Nossa Senhora.


Um dia em que estava só, veio-lhe improvisamente este pensamento: “Jesus, tu és prisioneiro no Tabernáculo. E eu por tua vontade prisioneira na minha cama. Far-nos-emos companhia”. Desde então começou a primeira missão: ser como a lâmpada do Tabernáculo. Passava as noites como em peregrinação de Tabernáculo em Tabernáculo. Em cada Missa oferecia-se ao Eterno Pai como vítima pelos pecadores, junto com Jesus e segundo as suas intenções.


Quanto mais clara se tornava a sua vocação de vítima tanto mais crescia nela o amor ao sofrimento. Comprometeu-se com voto a fazer sempre o que fosse mais perfeito.


De sexta-feira, 3 de Outubro de 1938 a 24 de Março de 1942, ou seja por 182 vezes, viveu, em todas as sextas-feiras, os sofrimentos da Paixão: Alexandrina, superando o estado habitual de paralisia, descia da cama e com movimentos e gestos, acompanhados de angustiantes dores, repetia, por três horas e meia, os diversos momentos da Via Crucis.


“Amar, sofrer, reparar” foi o programa que o Senhor lhe indicou. Desde 1934, a convite do padre jesuíta Mariano Pinho, que a dirigiu espiritualmente até 1941, Alexandrina punha por escrito tudo quanto, vez por vez, lhe dizia Jesus.


Em 1936, por ordem de Jesus, pediu ao Santo Padre, através do Padre Mariano Pinho, a consagração do mundo ao Coração Imaculado de Maria. Este pedido foi renovado várias vezes até 1941, pelo que a Santa Sé interrogou três vezes o Arcebispo de Braga a respeito de Alexandrina. No dia 31 de Outubro de 1942, Pio XII consagrou o mundo ao Coração Imaculado de Maria com uma mensagem transmitida de Fátima em língua portuguesa. Este acto foi repetido em Roma na Basílica de São Pedro no dia 8 de Dezembro do mesmo ano de 1942.


Depois de 27 de Março de 1942, Alexandrina deixou de se alimentar, vivendo exclusivamente da Eucaristia. Em 1943, por quarenta dias e quarenta noites, foram rigorosamente controlados por médicos o jejum absoluto e a anúria, no hospital da Foz do Douro, no Porto.


Em 1944, o novo director espiritual, Padre Umberto Pasquale, salesiano, após constatar a profundidade espiritual a que tinha chegado, animou Alexandrina a continuar a ditar o seu diário; fê-lo com espírito de obediência até à morte. No mesmo ano de 1944 Alexandrina inscreveu-se na União dos Cooperadores Salesianos. E quis pôr o seu diploma de Cooperadora «em lugar bem visível a fim de o ter sempre debaixo dos olhos» e colaborar com o seu sofrimento e as suas orações para a salvação das almas, sobretudo juvenis. Rezou e sofreu pela santificação dos Cooperadores Salesianos de todo o mundo.


Apesar dos sofrimentos, continuava a dedicar-se aos problemas dos pobres, do bem espiritual dos paroquianos e de muitas outras pessoas que a ela recorriam. Promoveu em sua paróquia tríduos e horas de adoração.


Especialmente nos últimos anos de vida, muitas pessoas, vindas de longe, atraídas pela fama de santidade, visitavam-na; muitas atribuíam a própria conversão aos seus conselhos.


Em 1950, Alexandrina festejou o 25º ano de sua imobilidade. E em 7 de Janeiro de 1955 foi-lhe preanunciado que aquele seria o ano da sua morte. De facto, dia 12 de Outubro quis receber a unção dos enfermos. E dia 13, aniversário da última aparição de N. Sra. de Fátima, ouviram-na exclamar: “Sou feliz porque vou para o céu”. Às 19h30 expirou.


Sobre a sua campa podem ler-se estas palavras por ela tão desejadas:


“Pecadores, se as cinzas do meu corpo puderem ser úteis para a vossa salvação, aproximai-vos: passai todos por cima delas, pisai-as até desaparecerem, mas não pequeis mais! Não ofendais mais o nosso Jesus! Pecadores, queria dizer-vos tantas coisas. Não bastaria este grande cemitério para escrevê-las todas! Convertei-vos! Não queirais perder a Jesus por toda a eternidade! Ele é tão bom!... Amai-O! Amai-O! Basta de pecar!”.


É a síntese da sua vida gasta exclusivamente para salvar as almas.


No Porto, na tarde do dia 15 de Outubro, os vendedores de flores viram-se sem nenhuma flor branca: todas tinham sido vendidas para a homenagem floral a Alexandrina, que tinha sido a rosa branca de Jesus."


Texto retirado do blog: http://santa-alexandrina.blogspot.pt/

sexta-feira, 13 de abril de 2012

”DESEJO QUE O MUNDO TODO CONHEÇA A MINHA MISERICÓRDIA”


"Oh! que grandes graças concederei às almas que recitarem  esse Terço.
(...) Anota estas palavras, Minha filha, fala ao mundo da Minha misericórdia,
que toda a humanidade conheça a Minha insondável misericórdia. Este é o sinal para os últimos tempos; depois dele virá o dia da justiça. Enquanto é tempo, recorram à fonte da Minha misericórdia, tirem proveito do Sangue e da Àgua que jorraram para eles" (Diário, 848) .

"Recita, sem cessar, este Terço que te ensinei. Todo aquele que o recitar alcançará grande misericórdia na hora da sua morte. Os sacerdotes o recomendarão aos pecadores como a última tábua de salvação. Ainda que o pecador seja o mais endurecido, se recitar este Terço uma só vez, alcançará a graça da Minha infinita misericórdia" (Diário, 687).

Recitação do terço.
Pai nosso... 
Avé Maria..
Creio em Deus Pai, todo poderoso, criador do Céu e da Terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor; que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna Amém.

Nas contas de Pai Nosso, dirás as seguintes palavras:
Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados
e dos do mundo inteiro.

Nas contas de Ave Maria rezarás as seguintes palavras:
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.

No fim, rezarás três vezes estas palavras:
Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Youcat

É suficiente orar quando se sente vontade?
Não. Quem ora apenas quando tem vontade ou está bem disposto e não leva Deus a sério desaprende a orar. A oração vive da fidelidade.



terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Youcat - Catecismo Jovem

"Estudai o catecismo!
Este é o desejo do meu coração.
Estudai o catecismo com paixão e perseverança!
Para isso, sacrificai tempo!
Estudai-o no silêncio do vosso quarto,
lede-o enquanto casal se estiverdes a namorar,
formai grupos de estudo e redes sociais,
partilhai-o entre vós na Internert!
Tendes de saber em que credes.
Tendes de estar enraizados na fé ainda mais profundamente
que a geração dos vossos pais,
para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo
com força e determinação."
Papa Bento XVI

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Preciso de Ti

Era uma vez um homem, que de machado e foice na mão, rosto endurecido e olhos fixos em frente, se dirigia, por caminho estreito, para a floresta.
Alguém, figura encantadora, mãos vazias, pés nus, olhar vivo, penetrante e sereno, aproximou-se e saudando, perguntou:
- “Para onde vais?”
Sem se voltar, respondeu:
- “Vou para a floresta cortar árvores e ramos secos. Pela tarde levo-o para o aquecimento da minha casa e para vender aos vizinhos. Sou lenhador.
O meu trabalho é por aqui; conheço a floresta e cada uma das suas árvores!”
Fez-se silêncio profundo e os dois, lado a lado, penetraram floresta dentro:
- Um de olhos fixos no além, o outro olhando o seu companheiro com doçura.
O lenhador, vencendo a desconfiança e o medo perguntou:
- “E vós que fazeis e quem sois?”
A resposta veio serena, compassada, sonora:
- “Eu não sou lenhador. Sou o senhor da floresta. Sou a fonte da água viva. Não venho cortar, destruir, queimar. Venho dar vida, renovar.”
E continuou, caminhando de passo decidido.
- “Lembras-te daquela árvore, ali em frente que, por falta de água, secou”?
- “Perfeitamente, meu senhor, era grande imponente mesmo!”
A água deve ser como o amor… se seca, tudo morre! Mais lhe digo: Vou cortá-la hoje!”
O monte era duro, os passos vagarosos, pararam. E passados uns momentos, o lenhador ouviu uma voz forte, compassada e interpelante:
- “Pára e escuta: Eis aquele que é o senhor, que é a vida”
Aquela voz emergia dos quatro cantos da terra e enchia o mundo. O lenhador desfaleceu nos braços do companheiro. Quando retomou os sentidos, já não o viu.
Então gritou:
- “Senhor: Tu abandonaste-me? Onde estás?”
E a mesma voz, lá de muito longe ecoou na floresta.
- “Não te abandonei. Não te abandonarei. Eu não abandono ninguém. De hoje em diante não serás mais lenhador.
Eu sou o senhor da floresta. Tu és desde agora o seu guarda.
Ficas a trabalhar para mim.
És o meu trabalhador.”
Concluiu:
- “ Quero uma floresta nova. Preciso de ti!”
Padre Adriano Brito